segunda-feira, 29 de março de 2010

O PAGADOR DE PROMESSAS – ALFREDO DIAS GOMES


O PAGADOR DE PROMESSAS – ALFREDO DIAS GOMES
Editoras Bertrande/Ediouro

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Zé do burro era um homem simples do interior da Bahia, conhecido por todos, principalmente pelo fato de existir entre ele e seu animal uma amizade muito profunda. Onde estivesse, também estaria o burro, em todos os afazeres diários e em todos os lugares que freqüentava.
Ao ter o seu animal ferido pela queda de um galho de árvore na cabeça, fez uma promessa. Se seu burro ficasse bom, daria parte de suas terras aos pobres e levaria uma cruz tão pesada quanto a de Cristo até o altar-mor de uma igreja de Santa Bárbara. Como em sua cidade não havia igreja da Santa, fez a promessa em um terreiro de cancomblé, onde ela é conhecida pelo nome de Iansan.
O animal ficou bom e seu dono, além de dividir parte de suas terras, caminhou quarenta e dois quilômetros carregando a cruz pesada nas costas, seguido por Rosa sua esposa, até chegar à igreja em Salvador.
Chegaram lá no dia da festa de Santa Bárbara por volta das quatro horas da madrugada, exaustos, famintos, pararam para descançar na escadaria da igreja ainda fechada. Muito aborrecida e enfadada Rosa passou a se lamentar. Enquanto isso, um gigolô que retornava do meretrício ficou muito interessado pela beleza daquela jovem mulher, conseguiu se aproximar do casal de peregrinos e convenceu Zé do Burro a permitir que sua esposa deixasse o local e fosse repousar em um hotel perto dali. Chegando lá, aproveitou-se do fato de Rosa estar desiludida com a vida ao lado do marido e bastante insatisfeita com os últimos acontecimentos, teve um envolvimento sexual com ela.
Ao amanhecer, quando o padre viu aquele homem com uma cruz na escadaria da igreja, e tomou conhecimento da promessa feita em um terreiro de candomblé para Iansan, Santa Bárbara, pela cura de um burro, recusou-se a receber Zé e sua cruz, acusando-o de heresia e culto ao demônio. O jovem padre não admitia o sincretismo religioso, resolveu fechar as portas e somente abrí-las quando aquele homem desistisse e fosse embora. Por sua vez, Zé do Burro decidiu que só sairia quando cumprisse sua promessa integralmente.
As pessoas que chegavam para a procissão eram atraídas por aquela cena e a notícia se espalhava entre o povo, até que um repórter foi ao local pra fazer uma matéria sensacionalista, distorcendo os fatos e transmitindo a notícia de acordo com as próprias tendências políticas, fazendo frente ao sistema do País mergulhado numa ditadura militar.
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(http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_1242.html)


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